quinta-feira, 17 de maio de 2012

A dor é uma experiência

Seria mais fácil se a dor não existisse? Talvez, mas é ela que nos faz sentir vivos, é ela que nos faz crescer. Não faria sentido cair para ficar no chão. Quando uma criança cai por mais que chore aprende sempre a levantar-se, portanto já estamos preparados para isso desde pequeninos. Enquanto crescia sempre ouvi dizer que o que não nos mata torna-nos mais fortes. Palavras acertadas e sábias de quem já viveu muito e sabe bem que é assim. 
Enquanto a nossa ingenuidade ainda é pura acreditamos que tudo é bom, depois quando tudo nos cai em cima é o fim do mundo. Custa, claro que custa mas depois das lágrimas e daquele aperto no coração a melhor coisa é quando o sorriso volta ao seu lugar. Por vezes imaginamos situações que achamos mesmo que vão acontecer, que vão ser como queremos, depois disso vem a desilusão, quando fazíamos aqueles castelos na areia e alguém passava por cima sem o ver, o sentimento é o mesmo. 
O inevitável sofrimento humaniza-nos. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O amor faz falta

Será assim tão difícil ser boa pessoa?! Ter a capacidade para não pensarmos só em nós mas também nos outros, o querer ser honestos connosco e sentir o bom que é ser verdadeiro. Fazer de nós umas pessoas compreensivas, saber ouvir e poder dar a nossa opinião. Confiança. Poder ter a de alguém, confiar nas pessoas e dar razões para elas confiarem em nós, sentir a verdade mais uma vez. Ter coragem, ter a consideração do outro, ter consideração por eles e por nós, coragem para lidar com a verdade, MUITO IMPORTANTE, ver a mentira como o monstro que tens de baixo da cama, não gostas dele, não falas com ele, não te dás a ele, tens medo dele, vives sem ele e vives melhor. 
Faz-nos falta a sinceridade. Querer a todo o custo o bem dos outros, o nosso também, mas qual é a razão para o nosso ter que ser sempre melhor do que o dos outros? O bem deles também não é o nosso bem? 
Não vivemos sozinhos, não somos um "animal" solitário, "precisamos" de alguém. Quais são as coisas difíceis? Onde está a dificuldade de ser BOM? Gostar de ti próprio, SIM, gostar dos outros com tudo, dá-te a quem merece. onde está o radar que te dá o sinal a avisar quando alguém não te merece e não te quer bem, faz falta um aparelho desses, evitava tanta desilusão, evitava a frase: "Estou triste contigo". E dá o aperto no peito, lá vai uma lágrima, escorrem várias, uma a seguir à outra e ouves logo na tua cabeça as palavras que já saíram da boca de alguém, "Pois não, não te merece". Pois é, mas a dor continua e tens em frente mais uma coisa em que a solução é ultrapassar. Mais uma vez, ultrapassar, ultrapassar, ultrapassar, e passar só? assim com um estalar dos dedos? Não, ultrapassar. 
E em tribunal a acusação era, crime cometido: infligiu a dor em alguém. A arma do crime: insensibilidade, egoísmo, ausência de consideração e respeito. Pena a cumprir: entre meia vida e vida e meia. 
O amor faz falta.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sentado naquele banco de jardim, olhou para mim como se mais nada existisse. Fitei-o também, mas com o meu olhar só. Levantou-se, caminhou ao longo daquele passeio coberto de folhas caídas ainda do Outono, olhou uma última vez para trás, sorriu e seguiu, em mim uma lágrima escorria pela face “vermelha” e gelada, fôra esta a ultima vez que o vira.
Queria voar e ser livre
Queria sonhar e ser feliz
Queria escrever poesia e ser “maior”
Queria rir sem ter que chorar
Queria andar sem no chão ter que tocar
Sonhar sem ter que acordar
Amar sem ter que sofrer
Viver sem ter que morrer.
Viajar pelos meus pensamentos
Descobrir mil e um sonhos
Inalcançáveis…
Irreais…
Utópicos…
Desleais…
Sem um fundo de verdade 
Reprimo-me a mim mesma 
E sem avisar eles desaparecem
Volto a viver, intensamente, a realidade
Cada dia é como um sonho
Todos diferentes.
Hoje vi, 
Uma folha caída no chão
Uma borboleta livre no ar
Um ser escondido no fundo do mar
Um Homem, triste, vazio,
 Na total solidão.

As palavras soltam-se.
O Vento arrasta-as com a maior subtileza possível.
Elas encontram o mar e submergem nele.
Os seres que nele habitam fitam-nas com admiração, questionando-se, como algo tão belo pode estar perdido e esquecido no fundo do mar.
E num instante quimérico, elas emergem da penetrante água em que se encontram.
Voam livres, e no entanto em que elas passam os mais breves espaços de tempo a imaginar e a ter pensamentos utópicos, o Homem age, maldoso, e com necessidade agarra-as, prendendo-as, num simples e vazio, papel.
Por fim, a chuva cai sobre a tinta e neste preciso instante as palavras choram e sonham com os momentos em que foram livres e felizes.